Líderes políticos do Haiti firmam acordo para formar conselho de transição

Conselho terá mandato de 22 meses e busca restaurar a ordem em meio à onda de violência no país

Por Da redação | www.portalalagoasnt.com.br 09/04/2024 - 10:22 hs
Foto: Clarens Siffory / AFP


Os líderes políticos do Haiti chegaram a um acordo nesta segunda-feira (8) para formar um conselho presidencial de transição, com o objetivo de restaurar a ordem no país, que se encontra sem governo e enfrenta uma grave onda de violência das gangues. O conselho será composto por nove membros, representando os principais partidos políticos, o setor privado e a sociedade civil, e terá um mandato de 22 meses, previsto para terminar em fevereiro de 2026.

 

 

As novas autoridades serão responsáveis por substituir Ariel Henry, o último primeiro-ministro haitiano, que renunciou em março. O primeiro trabalho do conselho será eleger um novo primeiro-ministro, que, em colaboração com o conselho, formará um governo encarregado de conduzir o país em direção a eleições democráticas e credíveis. Vale ressaltar que nenhum membro do conselho ou do governo poderá se candidatar nessas eleições.

 

O Haiti enfrenta anos de instabilidade política e insegurança, que se intensificaram com os ataques das gangues desde o fim de fevereiro. Em meio à falta de segurança na capital Porto Príncipe, o primeiro-ministro Ariel Henry não pôde retornar ao país enquanto negociava apoio internacional no Quênia. A comunidade do Caribe (Caricom) tem supervisionado as negociações para a sucessão de Henry, e agora o acordo político será enviado ao governo demissionário para confirmação.

 

O conselho de transição estabelecerá três prioridades: segurança, reformas constitucionais e institucionais, e eleições. Será criado um Conselho Nacional de Segurança, composto por especialistas haitianos e internacionais, para supervisionar as questões de segurança, incluindo a assistência internacional nessa área. Apesar dos desafios enfrentados, as novas autoridades têm o compromisso de trabalhar para resolver a crise e promover a estabilidade no país, que enfrenta uma grave crise humanitária com escassez de alimentos, medicamentos e outros produtos básicos.